segunda-feira, 30 de julho de 2012

Regular, Bom ou Excelente – O que diferencia os profissionais






O título deste post parece um pouco básico, comum. Acredito que todos saibam o que diferencia um profissional regular de um profissional bom e um bom de um excelente, mas embora isso pareça trivial, na prática não é bem assim. As pessoas sabem o que fazer para se destacarem e sabem também o quanto essa diferenciação tem tomado espaço no mercado de trabalho por meio das avaliações de desempenho nas empresas, mas quando chega a hora de colocar em prática o que sabem, a história é outra.

É mais ou menos como querer emagrecer: todos sabem que para emagrecer e manter a forma não há milagres, é preciso fazer uma dieta com alimentação balanceada, evitar excessos, praticar atividades físicas, beber bastante líquido etc. Todos sabem disso, mas mesmo assim, é comum encontrar pessoas que ano após ano dizem que iniciarão uma dieta e logo em seguida desistem. Sabem o que deve ser feito, mas não o fazem porque dá trabalho, porque é penoso, porque exige disciplina e uma enorme dose de persistencia. Enfim, o que parece trivial e é do conhecimento de todos, na prática pode ser muito difícil de ser feito.

Nós, profissionais, nos dias de hoje, temos muito acesso à informação. Todos sabemos o que o mercado exige em termos de competências profissionais, conhecemos o que as empresas esperam de seus funcionários, sabemos o que torna um profissional mais valorizado do que outro no mercado e, principalmente, conhecendo a cultura do local onde trabalhamos, é fácil entender o que norteia as decisões e análises a respeito dos profissionais que fazem parte da organização. Acontece que temos, por vezes, grande dificuldade de colocar em prática o que sabemos, o que é importante no contexto em que estamos inseridos e com isso, poderemos perder oportunidades e receber avaliações muito aquém do que sabemos que somos capazes.

Agora, imagine que você adquire um imóvel e contrata um profissional para pintá-lo. Você vai pagar o valor de mercado pelo servico, mostra a ele o que você quer que seja feito, compra o material e fecha o contrato. Você sai de casa para trabalhar confiando que o pintor fará um trabalho bem feito, exemplar. É o que você espera: que os cômodos não fiquem manchados, que o material combinado e comprado seja suficiente para fazer o serviço completo, que ele termine o serviço no prazo etc. Essas são as suas expectativas.

Acontece que os resultados são diferentes do que você esperava. É certo que ele pintou o imóvel, muito bem até por sinal, mas o prazo extrapolou em 2 dias (o que lhe causou certo transtorno), o material que ele pediu não foi suficiente (o que gerou um gasto maior do que o previsto), e para piorar a situação, ele não cuidou do imóvel, deixou o chão todo manchado de tinta e isso vai te dar um trabalho enorme depois para limpar. Resumindo… a pintura ficou ótima, mas todos os outros serviços, agregados direta e indiretamente ao serviço contratado ficaram aquém do esperado e com isso geraram prejuízo.

Trazendo esse exemplo para o universo das organizações, vemos muitos casos desses. Profissionais que desenvolvem um trabalho no limite do básico, muitas vezes fazem até menos do que o básico e esperam ter o mesmo reconhecimento e a mesma recompensa que aquele que fez além do que era esperado.

Um outro exemplo aconteceu em um dia em que estava em uma cafeteria e por questão de espaço e do volume da conversa da mesa ao lado, acabei escutando o assunto. Uma moça conversava com outra e o teor da conversa era sobre trabalho e a percepção do que era ou não pertinente à sua função. Uma dizia para a outra:” – Eu não vou fazer nada além do que é o meu trabalho. Sou recepcionista e o meu trabalho é recepcionar.” Fiquei refletindo sobre aquela frase durante algum tempo. O que seria recepcionar na visão dessa recepcionista? E o que seria recepcionar na visão da empresa? Quais seriam as tarefas relacionadas ao trabalho daquela recepcionista e que poderiam estar intrínsecas ao trabalho dela? O que poderia torná-la uma profissional excelente? Quais competências ela deveria ter para essa função e quais ela deveria se preocupar em desenvolver para tornar-se uma profissional excelente e diferenciada? São perguntas importantíssimas e que devem fazer parte de nosso processo de trabalho. Com estes questionamentos fica mais fácil entender o que é preciso fazer para oferecer um trabalho além do básico.

Já vi casos em que um profissional que pertencia a uma equipe de pessoas com a mesma função, ao fazer um trabalho diferenciado, era visto pelos colegas como “puxa-saco que queria aparecer” e por vezes até ameaçado era por essas pessoas.

O que não se pode mais negar, concordando ou não, é que as empresas buscam pessoas que façam mais do que o básico. Isso acontece porque estas mesmas empresas são constantemente pressionadas a oferecerem mais do que o básico aos seus clientes (que estão cada vez mais exigentes). Por uma questão de lógica, somente as empresas dotadas de pessoas com competências alinhadas ao negócio, que entendam o seu papel no contexto organizacional e que estejam dispostas a contribuir com o sucesso do negócio e com a superação das expectativas dos clientes, terão chance de sobrevivência nesse mercado tão competitivo. É obvio que estas empresas buscarão pessoas capazes de levá-la ao alcance desses objetivos. Pessoas diferenciadas, com desempenho acima da média. A fim de garantir esse desempenho as empresas criam ferramentas de avaliação de desempenho e resultados e recompensam os profissionais que mais se destacam. Estes profissionais terão mais chances de progredir profissionalmente, de particpar de programas de desenvolvimento e serão cogitados quando oportunidades de maiores responsabilidades surgirem pois as empresas apostarão mais em um profissional que demonstra capacidade de fazer mais do que o esperado. Esse é o jogo e não adianta lutar contra isso. É isso o que as empresas buscam nos profissionais e terão destaque e maiores oportunidades os que oferecerem um desempenho compatível com o esperado.

É um ciclo contínuo comandado pelos resultados que cada um agrega ao trabalho, por isso aconselho que cada um faça a sua autoavaliação constante a fim de perceber o que pode fazer melhor pois, o retorno de um trabalho feito com excelência é benefício para o próprio profissional.

Pense sempre: Você contrataria alguém como você para fazer parte de sua equipe? Considere a sua postura, o que você tem feito nos últimos meses para se desenvolver e atualizar, como lida com os conflitos, como coopera com os seus colegas, como ensina a quem não sabe fazer e como se porta diante de situações que exijam mais do que o básico.
“Para mudar nossos hábitos, primeiro temos que assumir o compromisso profundo de pagar o preço que for necessário.”  (William James)



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